sábado, 7 de agosto de 2010

A Máscara

Porquê esconder-se atrás de alguém que não existe? Comentar como se fosse uma 'anônima'?

Não bastará, simplesmente, ser-se aquilo que se é, ainda que apenas uma pessoa simples, sujeita aos salutares erros e falhas, próprios da condição humana?

Para quê fingir? Para agradar aos outros? Para mascarar o que realmente se é?

Como poderão as pessoas conhecer-se verdadeiramente, se continuam a usar máscaras, tentando ser aquilo que gostariam de ser? Como poderá uma amizade ou uma relação estabelecer-se dessa forma? Poderá alguém amar uma pessoa que não existe?

Na verdade, fingir-se ser uma pessoa que não se é, poderá acabar por ser uma árdua tarefa, pois haverá certamente necessidade de se sustentabilizarem mentiras e enganos, assim como se imporá mudar de máscara a todo o tempo.

Mas, mais cedo ou mais tarde, quem mente ou engana acabará certamente por ter de enfrentar as pessoas a quem mentiu ou enganou. Abrir-se-ão então dois caminhos: ou a pessoa inventa e pensa desculpas para não ficar mal, ou então... diz a verdade. Mas, depois de tanta vergonha e humilhação, a sua credibilidade ficará com certeza comprometida. As pessoas, simplesmente, deixarão de ter confiança em quem mente ou engana!

Ninguém jamais conseguiu ser bem sucedido tentando ser o que não é.

E a evidência, incontornável, é esta: vai chegar uma hora em que a pessoa que mostra o que não é, acabará, ela mesma, por se denunciar, “deixando escapar” o que realmente é, correndo o risco de vir a ser considerada como enganadora para o resto da vida.

E esta é a verdade: as pessoas não querem saber das motivações de tal proceder ou das desculpas que serão dadas. O que retêm será tão somente isto: alguém lhes mentiu, alguém as enganou... Viram que, afinal, aquela pessoa em quem confiavam... não é o que parecia ser...

Assim, perder-se-ão oportunidades, únicas, de se ser aquela boa amiga, ou a futura esposa, ou a confidente...

É!... Fingir não deve ser nada fácil!

Mas, se a pessoa é ela própria, abrir-se-ão dois horizontes. Sim, há os que poderão até não gostar dela, mas as pessoas que a amarem pelo que ela é (mesmo com todos os seus erros e falhas), estarão na verdade a oferecer-lhe... o amor verdadeiro!

E, o mais importante: ao ser ela própria, a pessoa viverá em harmonia consigo mesma. Nunca mais terá de perder tempo com máscaras e desculpas esfarrapadas para justificar as suas falhas.

Se a pessoa é o que é, e se for conhecida da forma que se der a revelar na essência do que é, certamente que não lhe será exigido algo que não tem para dar.

Se a pessoa é transparente em tudo o que é, facilmente encontrará uma amizade verdadeira, uma relação verdadeira, o amor verdadeiro. Mas, sobretudo, essa pessoa terá o requisito fundamental para encontrar a Deus, ou seja: a sinceridade. Porque Deus conhece-nos, por dentro e por fora, e jamais aceita máscaras ou farsas.

Veja: não faz sentido pensar-se que se conhece alguém e depois descobre-se que, afinal, essa pessoa estava a fingir o tempo todo! Que juízo podemos fazer de uma situação destas?

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